O sino havia acabado de soar e eu já estava na porta para a troca de horário com a professora da "Hora do Conto". Entrei na sala quando as crianças se acalmaram e disse:
_ Boa tarde!
_ Boa tarde - responderam em coro.
Sem maiores delongas passei a explicar como ia acontecer a aula. Peguei um giz e fui para o quadro.
Naquele dia eu tinha colocado uma camisa que as crianças não conheciam bem e logo ouvi alguns comentários. Na verdade, não gosto muito daquela camisa, me faz sentir calor, então prefiro não usar. Na falta de outra roupa limpa no roupeiro, peguei aquela mesmo.
Naquele dia eu tinha colocado uma camisa que as crianças não conheciam bem e logo ouvi alguns comentários. Na verdade, não gosto muito daquela camisa, me faz sentir calor, então prefiro não usar. Na falta de outra roupa limpa no roupeiro, peguei aquela mesmo.
Enfim, percebi o estranhamento das crianças, mas não dei atenção, segui com os apontamentos no quadro.
De súbito, quando havia acabado de me virar para a turma, um aluno disse:
_ Bahhh, professor, tu tá tanquinho, ein!!!
Como o comentário me favorecia, não repreendi, segui a aula com uma leve sensação de satisfação.
Explicadas as atividades, organizei as crianças e fomos para a quadra. Peguei os materiais, organizei os grupos e a aula seguia normalmente. Mais tarde, quando olhava atendo para a atividade desenvolvida por um grupo de gurias, o mesmo aluno que se referiu a mim como "barriga de tanquinho" se aproximou sorrateiro...
Senti minha camisa subir. Olhei para baixo e o guri havia levantado minha roupa até o meio da barriga. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se pronunciou...
_ BÂÂÂÂÂÂÂÂÂÂHHHHHHH, professor, tu NÃO tá tanquinho...
Sem pestanejar respondi!!!
_ Ahhhh, guriiiii, tu não tem nada pra fazer, não? Vai brincar!