Meus queridos e minhas queridas... depois daquela noite indescritível, resolvi postar aqui para vocês o texto que produzi para o discurso. Guardem com carinho porque aquelas palavras foram cuidadosamente escolhidas para vocês.
Obrigado pela homenagem, obrigado pelo carinho
Um abraço forte do Dindo.
Discurso de Formatura
2015/01 – Educação Física
Prof. Dr André Luiz dos
Santos Silva
Boa noite a todos e a todas...
Inicialmente gostaria de cumprimentar os integrantes da mesa.
Aos familiares e amigos, sejam muito bem vindos e sintam-se pertencentes a esta
casa. Meus amados afilhados, recebam estas palavras com afeto...
O que dizer a vocês, meus
queridos? Depois de iniciar algumas tantas vezes este discurso, resolvi, então
falar daquilo que os trouxe a momento. Muitos, talvez, com sentimento de
gratidão, estejam atribuindo aos pais, familiares e professores parte da
responsabilidade por esta conquista. Outros poderiam pensar que uma força
interna, um desejo latente pudesse impulsioná-los rumo ao fechamento deste
ciclo.
Se eu pudesse resumir em uma palavra os motivos pelos quais vocês
estão aqui, eu diria, afetos!
Entendido comumente como sentimento de carinho e cuidado, o
afeto pode ainda ser concebido como sinônimo de admiração, amizade, amor, simpatia,
confiança e estima. Confesso a vocês que eu adoro esse entendimento quase
consensual e digo, sentimentos manifestos por meio destas palavras traduzem o
que sinto neste momento, um sentimento quase paternal. Um sentimento de
padrinho... padrinho de primeira viagem.
Mas o entendimento de afeto que advogo não para por aqui...
os afetos dizem respeito também ao modo como temos sido afetados pelas
experiências vividas.
Observem:
O percurso trilhado por cada um ao longo desses anos de
Feevale, estejam certos disso, causou marcas indeléveis na subjetividade de
vocês. Este momento, a prova de toga, aulas, trabalhos em grupo, atividades
complementares, provas, puxões de orelha, orientações e escrita de TCC, estágios
e pareceres... todos esses percursos de formação construíram e constituem as
subjetividades de cada um. Segundo Naffa Netto, subjetividade seria uma “envergadura
interior capaz de acolher as experiências de vida. Ou, se quisermos usar um só
termo: afetos, diferentes expressões de como somos afetados pelo mundo”.
Vocês só estão aqui, meus afilhados porque foram afetados...
os sentimentos de raiva, alegria, os choros contidos ou extravasados, as
angústias, os medos e euforias manifestos por vocês ao longo do percurso de
cada um indica que foram paulatinamente se tornando sujeitos diferentes.
Aqueles que não se afetaram, provavelmente abandonaram o
curso no meio do caminho...
Por vezes me pego pensando numa frase de André Gorzs. Para
ele a verdadeira missão humana é tornar o planeta mais acolhedor. Hoje, a
Feevale entrega à sociedade um grupo de meninos e meninas, profissionais habilitados
e inteiramente capazes de tornar melhor o local onde vivemos.
Meus queridos, minhas queridas, vão em frente... continuem
sensíveis a novos ensinamentos, ressignifiquem saberes, afetem o mundo e sigamos
juntos em direção a tornar este planeta, um local mais acolhedor.
Muito obrigado.